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Explosão em casamento em Cabul mata 63 e fere 182 pessoas

Uma forte explosão durante uma festa de casamento deixou 63 mortos e 182 feridos na noite deste sábado (17) no oeste de Cabul, no Afeganistão, informou o Ministério Afegão do Interior. A explosão ocorreu em um bairro de minoria xiita da capital. De acordo com o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi, há mulheres e crianças entre as vítimas. Um homem-bomba acionou seu cinturão de explosivos em um salão de festas, por volta das 22h40 no horário local. “Os convidados dançavam e festejavam quando aconteceu a explosão”, descreveu uma testemunha no hospital, atingida nos braços e na barriga. Uma testemunha disse à TV americana CBS que mais de mil pessoas haviam sido convidadas para a cerimônia e festa. Os casamentos no Afeganistão são eventos multitudinários, com centenas ou até milhares de convidados comemorando juntos a cerimônia em salões de dimensões industriais, onde os homens geralmente estão separados de mulheres e crianças. Mohamad Farhag, uma das pessoas presentes no casamento, disse que estava na área reservada às mulheres quando ouviu uma forte explosão na zona destinada aos homens. "Todo mundo correu para fora gritando e chorando", contou. "Quase todo mundo na seção de homens estava morto ou ferido. Agora, duas horas depois do ataque, continuam tirando corpos da sala", acrescentou. O bairro do local do ataque tem sido alvo de ataques suicidas nos últimos anos, pois lá estão alvos com segurança baixa, como mesquitas e centros educacionais. A maioria desses ataques prévios, cujos alvos eram xiitas, foi assumida pelo Estado Islâmico (EI), um grupo terrorista sunita, que tem tido uma atuação persistente no Afeganistão. Até agora, nenhum grupo reivindicou o ataque deste sábado. Os talibãs negaram a autoria do atentado – o mais violento desde o início do ano visando civis. Em uma mensagem no Twitter, o porta-voz do grupo escreveu que “não há justificativa em cometer tais assassinatos de forma brutal, tendo como alvo mulheres e crianças.” O texto contradiz com ações passadas do grupo. Os extremistas ligados aos jihadistas do grupo EI não se manifestaram. O presidente afegão, Ashraf Ghani, qualificou o atentado de "bárbaro", e disse que os talibãs "não podem se exonerar completamente porque servem de plataforma para os terroristas." O chefe do Executivo, Abdullah Abdullah, declarou que o ataque é "é um crime contra a humanidade." Em 12 de julho, pelo menos seis pessoas morreram em um ataque suicida em outro casamento na província de Nangarhar (leste). O grupo extremista Estado Islâmico também reivindicou aquele atentado. O porta-voz do governo, Feroz Bashari, afirmou que a explosão era "um sinal claro de que os terroristas não podem ver os afegãos expressando felicidade". "Não podem dobrá-los matando-os. Os encarregados pelo ataque desta noite vão responder" por isso, escreveu no Twitter. A explosão de sábado ocorre em um momento em que Estados Unidos e talibãs concluem um acordo aguardado para pactuar uma redução considerável das tropas americanas no Afeganistão em troca de que os insurgentes respeitem um cessar-fogo, rompam lanços com a al-Qaeda e negociem com o governo de Cabul um acordo duradouro de paz. O presidente Donal Trump disse desde o começo do seu mandato que quer as tropas fora deste país, onde Washington gastou mais de um trilhão de dólares, entre operações militares e trabalhos de reconstrução, desde 2001. Na sexta-feira (16), Ahmadullah Azkhundzada, irmão do líder talibã afegão Haibatullah Akhundzada, foi uma das quatro vítimas fatais de uma explosão em uma mesquita no Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, informou o governo provincial.

 

 

Fonte: G1