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Aos 78 anos, cantor Matogrosso faz até 5 shows por semana. Estou me sentindo o rei da cocada preta

Aos 78 anos, 44 deles dedicados à música, o cantor Matogrosso, que faz dupla com Mathias, é um dos cantores mais experientes do sertanejo no Brasil. Com uma média de cinco shows por semana, ele diz que se sente reenergizado ao subir aos palcos e conta as mudanças pelas quais teve que passar para manter uma carreira de sucesso. Entre elas, a renovação do visual para acompanhar o novo parceiro de dupla, Rafael Belchior, que é 40 anos mais jovem. Rafael é o terceiro “Mathias” a fazer dupla com Matogrosso e, segundo o cantor, vem aumentando cada vez mais a legião de fãs para a dupla. O sertanejo revela que o estilo de cantar da dupla mudou com o novo parceiro. “Antigamente a gente cantava em primeiro e segundo [voz]. Hoje é primeiro e terço. Eu vou direto no primeiro e ele faz aquela voz mais aguda, que é o terço. Ele dá muita ideia, é gente boa e tem muito carinho pelo público, mas é feio demais”, brinca. Matogrosso se lembra da primeira vez que pisou no palco de Barretos, em 1977. A dupla se apresentou ao lado de Tião Carreiro e Pardinho na 22ª edição da Festa do Peão. Diferente da grandiosidade que o evento representa atualmente, o sertanejo conta que o palco tinha aproximadamente 100 metros quadrados e era rente ao chão. Os fãs acompanhavam as apresentações sentados ao redor do tablado. “Aquele dia eu estava muito nervoso e tenso, porque era muita responsabilidade. Cada dupla cantava no mesmo microfone. Era o nosso segundo ano de carreira e já fomos escolhidos para cantar em Barretos. Foi inesquecível, ainda mais com Tião Carreiro e Pardinho”, diz. m quatro décadas, foram 15 discos de ouro, cinco de platina e uma fila de sucessos. Para conquistar o reconhecimento do público, Matogrosso afirma que precisou trabalhar muito e que o início da carreira não foi fácil. O artista conta que alcançou o espaço que desejava entre os famosos com a música “Tentei Te Esquecer”, quando já tinha quase dez discos gravados. “O reconhecimento mesmo veio em 2003 com essa música que até hoje é sucesso. Mas, para isso, teve muito esforço e batalha. Minha carreira foi sofrida, nunca tive muito apoio e tudo foi na raça. Mas estou acostumado, a pessoa tem que trabalhar mesmo. Hoje não tenho nada a reclamar, estou dando a volta por cima”, conta. Após anos cantando clássicos sertanejos românticos, a dupla se rendeu ao ‘popnejo’ e gravou canções com cantores mais novinhos como Gusttavo Lima e Zé Neto & Cristiano. Apesar da inovação, ele afirma que o sertanejo de verdade ainda é o raiz e cita versos da canção “De Igual Pra Igual”. Para Matogrosso, a idade não é justificativa para reduzir a quantidade de shows. O cantor diz que os palcos são o seu local de lazer e que não faz nada de especial para encarar a maratona de apresentações e manter a voz sempre potente. “Eu tento descansar o máximo possível. Temos shows em vários estados do país e viajamos bastante de ônibus, então aproveito para dormir. Já a minha voz é um dom de Deus, parece que está cada vez melhor. Eu tomo Toddy com ovo quente, como dizia Tião Carreiro, que é bom e dou um show nos mais novos”, afirma, sem nenhuma modéstia. Matogrosso ainda tem uma meta a alcançar: 50 anos de carreira. Depois disso, pretende se aposentar, mas já tem planos para o futuro. Enquanto não alcança a meta, o sertanejo se prepara para o show que fará no palco Arena, em Barretos, na quinta-feira (22). A dupla cantará os antigos sucessos e hits do novo disco “Conversando com o abajur”. “Quero fazer um espetáculo e levar a nossa música com categoria, com carinho, passar e receber energia boa. Só tenho que agradecer e espero todo mundo lá, porque vamos fazer uma baita festa boa”, convida o público.

 

Fonte: G1